Cultura, Maternidade, Tá na Mídia, Travel Blogger, Vida Na Irlanda

Mindfulness não é pra mim.

Meditação e eu, não somos melhores amigos.
Meditação e eu, não somos melhores amigos.

Sem dúvida nenhuma, o mundo tá ligado no 330 volts.

A gente precisa desacelerar.

Dizem.

Mas e aí, como a gente faz?

Outro dia, recebi um email corporativo do meu trabalho sobre a prática e o incentivo da estrela do século, da cura de todos os males, do que promete nos aliviar da pressão do dia-a-dia, o tão ultimamente falado: Mindfulness.

Virou moda, principalmente entre as start ups oferecer e incentivar programas de Mindfulness e meditação aos seus funcionários.

Acho ótimo, acho válido, acho sucesso.

Tendo uma filha que me exige atenção no quesito saúde mental, sei a importância do mental health no mundo.

Eu sou um serumaninho muito aberto a novas experiências, como boa aquariana.

Mas, pense você, em uma pessoa que já tentou praticar Yoga umas 5 vezes e nas 5 vezes se retirou da sala nos primeiros 10 minutos.

Agora pensa nessa pessoa, concentrada em uma só coisa, tipo, comendo e pensando na textura, no sabor, na comida passando pela garganta e em todo o processo, enquanto tenho comigo crianças saltitantes? Por isso a proposta do Mindfulness me causa ansiedade, porque a minha realidade não condiz com a proposta.

A mesma coisa acontece com a meditação. Fechar os olhos e me concentrar só na minha respiração não me acalma.

Mindfulness e/ou meditação não são pra mim, até queria que fosse, mas não são.

Toda vez que tentei me discontectar, me conectei ainda mais e essa experiência ao invés de me trazer bem estar, despertou em mim ansiedade, coisa que normalmente não sinto.

Eu tenho deficit de atenção e uma dificuldade imensa em me concentrar completamente.

Já analisou a fundo a frase “Não aposte todas as fichas em uma coisa só”, pois é, é um pensamento que eu sempre segui a risca instintivamente.

Imagine se toda a sua vida se resume somente a um papel.

O de profissional, ou o de esposa, ou o de mãe, ou o de amiga de só uma amiga, por exemplo.

Sem querer, você deposita nessas relações expectativas.

Então, minha teoria é de que, se um dos papeis a que eu me dedico falhar ou não corresponderem as minhas expectativas eu SEMPRE tenho para onde olhar, para onde ter esperança, para onde eu possa ver o copo sempre meio cheio ao invés de meio vazio.

Dou 100% de mim em tudo que faço? De jeito nenhum!

Mas não me cobro perfeição e nem exijo de ninguém.

É a maneira correta de se viver? provavelmente não será pra você, mas é pra mim.

Eu, Karine, nasci para fazer coisas ao mesmo tempo.

Embora quando esteja desempenhando um papel sempre tento me focar, o que não me fez bem quando tentei o Mindfulness foi a obrigação de faze-lo.

Sabe quando uma pessoa está fazendo dieta e só pensa em comida? Tipo isso.

Fico completamente perdida quando faço uma coisa de cada vez, se é que uma pessoa que tem 4 filhos, alguma vez na vida tem essa experiência de “fazer uma coisa de cada vez”, até um banho de banheira pra mim é torturante.

A não ser que eu lave a banheira enquanto tomo banho de banheira.

Paz é uma coisa que a gente encontra dentro da gente e eu encontro paz no meio do meu caos e cansaço físico e mental.

Depois de ter tentado meditar por várias vezes, fui pesquisar se tinha algo de errado comigo e descobri que realmente essa técnica não tem o mesmo efeito para todas as pessoas, me senti um pouco aliviada.

Estou falando que a meditação e o mindfulness não funcionam?

De jeito nenhum!

Já foi comprovado que o exercício e a técnica de concentração podem reduzir em até 44% o nível de estresse em pacientes diagnosticados com depressão, conheço muita gente adepta e com resultados positivos e aparentes, só acho que não funciona para todo mundo e isso tá quase chegando a ser como a revolução Fitness.

É incontestável que hoje em dia o comércio por trás dessa prática que foi desenvolvida a exatos 38 anos atrás, é gigantesco.

Você não precisa procurar muito para achar aplicativos de celular, livros e online coach para te ajudar a praticar.

Pessoalmente encontrei outras maneiras de relaxamento e de canalizar a minha energia que funcionam melhor para a minha personalidade, jogar squash, ler um livro, escrever, sair com as amigas, visitar museus sozinha, montar quebra-cabeça, dar banho nas meninas, tomar uma taça de vinho depois do jantar com meu marido e caminhar no Pier perto de casa são algumas delas.

O importante é a gente descobrir o que nos trás paz e definitivamente, pra mim, não é a Mindfulness é vida full, busy e acelerada.

Cada um no seu quadrado, né?

 

 

4 Comments

  1. Mindfulness não é pra mim também nao. Me da pânico só de ficar quieta. Ka, ainda vou procurar por aqui pelo teu blog, mas se não achar: quando você tiver um tempo faz um post sobre o processo de acquisicao da cidadania irlandesa? Bjs, Silvia

  2. Alguém precisava falar sobre isso. Well done!

  3. Eu não queria ser assim mas me curto assim mesmo! Fazer o que? Não posso me trocar! Toco a vida no rítimo do kãn kãn mas ouço muita sinfonia, em volume alto mesmo, gosto de ficar identificado qual é cada instrumento! Gente, difícil mesmo é encontrar disposição para ir dormir, ficar acordada rodando é muito bom! Dormir parece chato e perda de tempo, preciso estar mesmo muito cansada para baixar os níveis de cortisol antes de estar duas horas rolando na cama e apagar! Cortisol chato esse!

Deixe uma resposta