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A Importância de Saber o Outro Lado da Mesma História.

Prazer, eu sou a Karine e sou brasileira, minha primeira língua é o português (e não o espanhol como a maioria aqui fora pensa), nasci no Rj e não, nunca fui assaltada lá, também não gosto de samba, carnaval, roupa curta e nem de dançar até o chão, tenho profissão, não morava em favela, não portava uma arma de fogo em casa e nem saía na rua de colete a prova de bala,tinha carro zero, tenho bunda, mas não só bunda, também tenho cérebro (e silicone), tinha empregada mas não era rica, já viajei para ‘fora’ mas nunca visitei a Amazônia,e a propósito não encontramos macacos atravessando a rua,  adoramos ler,( inclusive o Brasil é cheio de escritores reconhecidos mundialmente),não sei jogar futebol e  quem inventou o avião foi o brasileiro Santos Dumont, o tal dos irmãos americanos inventaram o plágio.

Se você é from BraZil, tá cansado de saber essas coisas que escrevi , mas quem é estrangeiro se surpreende (ou se decepciona) quando descobre que nem todo mundo sabe sambar, e que nem todo mundo vai ao estádio no final de semana ver o  time jogar futebol, também rola uma grande tristeza quando se descobre que o Rio de Janeiro não é a capital do nosso país e que nem todos os Estados tem praia, pior é quando descobrem  que no Sul as vezes tem até neve, ficam espantados quando sabem que a gente vota eletronicamente, enquanto eles (os do primeiro mundo) continuam como velho e ‘conveniente’ papelzinho.

Mas esse não é um texto sobre paises especificamente, e sim  sobre tolerância e o perigo de pré-julgar sem conhecer toda a história.

A escritora Nigeriana, Chimamanda Adichie , disse : “Quando nós nos recusarmos a ouvir apenas uma única história,quando percebemos que não há apenas uma  história sobre um lugar, ou mesmo sobre uma pessoa, a gente acaba de certa forma reconquistando um tipo de paraíso”.

Outro Poeta Palestino, Mouridi Barghouti escreveu: “Se você quer destruir uma pessoa, o jeito mais simples é contar a sua história começando pelos segundos acontecimentos”.

Exemplos?

Fale da vizinha que se separou e fugiu com o policial abandonando o companheiro, depois conte outra acrescentando que ela conheceu o policial  quando chamou a polícia depois de ser espancada pelo marido, dessa maneira você terá duas versões completamente diferente da mesma pessoa.

Fale da falta de criatividade do Irlandês em comer batata quase todos os dias , mas não se esqueça de citar o período em que milhares deles morreram de fome tendo a tal da amada batata como única e rara fonte de alimentação.

Fale que Europeu não gosta de banho, mas não deixe de frisar a temperatura em que eles vivem e no quanto água era artigo de luxo no passado.

Acredite, nem todo Americano é fã de Bush e de guerra, nem todo alemão tem orgulho do holocausto e nem todo Mexicano sonha em morar no Eua.

Portanto se você escutar algum dia  que brasileira é bunda não se ofenda, até porque nos dias de hoje a gente é bunda, peito,botox mas não nos substime, somos cada vez mais cérebro também.

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>Encontrei inspiração para esse texto assitindo a um vídeo que foi indicação da Martha (a medeiros) The Danger Of A Single Story. , a palestra dura cerca de 20 minutos , mas a palestrante , a escritora nigeriana que eu cito no texto, é ótima, vale a pena assistir!

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16 Comments

  1. Ahh! Gostei!!
    Adicionando..
    – somos de todas as cores, amarelo, branco, negro, cara de alemão, cara de italiano e cara de Brasileiro.
    – somos muitos na Irlanda pois nosso país é composto de muuuuitas pessoas, somos absurdamente uma das maiores populações, por isso estamos em todas as partes.
    – Compomos o BIRC (aí nós explicamos!)
    – Somos em nossa grande parte comportados, muito bem incluidos digitalmente e fazemos um grupo de mentes brilhantes.
    – Podemos contar a nossa história, a história do velho continente e dos novos (e explicamos novamente!).
    – E sim usamos havaianas! E qual o gringo que não usa?!
    E por aí vai……
    E ser assaltada?! Também não é um trauma irrecuperável, certo?! rs..acontece!

  2. vc leu meu post que fala mais ou menos a mesma coisa? Muito bom o seu, concordo em absurdamente tudo! Mas o que seria do mundo sem os esteriotipos? Iamos brincar com quem? Não é pq sou corintiana que nao vou brincar com meu amigo gay, ops, sao paulino. Faz parte do jogo.

    E sim, ha muito tempo atras o banho era luxo na europa, hoje nao tem mais desculpa pro francês viver fedidinho. Eu, que vivo aqui, sofro com isso.

    Nao ha nada de preconceituoso nisso, sao habitos diferentes. Hipocrisia minha eh fechar os olhos para uma caracteristica tao gritande do lugar onde moro e nao escrever sobre isso simplismente pra ser politicamente correta e educada.

    Beijoca!

  3. Excelente texto Karine. Neste fim de semana, vivi uma coisa parecida, o tio de meu noivo falou que nao iria ao Brasil, pois nao sabia queria andar a cavalo. Fiquei tao puta com aquela brincadeira que respondi que ele deveria ler mais jornal, pois estava desatualizado. O irmao de Michael falou sobre prostitutas. Acredito que todos os "gringos" tem uma visao muito diferente do Brasil e o grande culpado disto tudo e a propaganda que e feita em nosso Pais, sobretudo do Ministerio do Turismo.
    Acho que sera realmente otimo a familia de Michael viajar para o Brasil para o nosso casamento, pois sei que os pensamentos deles mudarao. Bem…ainda vou escrever sobre isto…estava inclusice pensando muito sobre essas diferencas e respeito sobre as culturas esta semana. Vc leu meu pensamento e escreveu magnificamente. Parabens Karine…sou sua fa. bjs

  4. é por isso que as pessoas valorizam demais os diamantes, mas esquecem que aquele palito de dentes atirado no lixo pertenceu a uma arvore que, calada, sofreu os duros golpes de um machado, serras eletricas, depredações para nos servir humildemente. É, estamos mal acostumados a ver sempre as coisas pelo lado mais facil: é mais fácil falar mal do que pensar no mal de se falar sem pensar. beijao e curti seu blog.
    Cassiano

  5. Salve, salve Karina! Salve seu blog, seu cérebro e seus textos. Ótima reflexão, moça! Fico feliz de ser seu compatriota duplamente – lá e aqui. bjos

  6. Oi Karine! "Os esteriótipos são meias verdades". Se não me engano, ela disse isso também. Achei fantástico! Muito original, num mundo em que a falta de criatividade e a preguiça mental dominam. Aquele abraço!Márcia de Noriê

  7. Pois é Márcia, ela 'falou e disse' nessa palestra, virei fã e estou doida pra ler alguma coisa dela!

    Na verdade sempre pensei assim e nunca gostei de esteriótipos e generalização, mesmo que as vezes seja difícil se livrar de alguns pré-conceitos.

    beijoca

  8. Desculpa discordar da colega Danda, mas a culpa é das propagandas?????????? Como assim????

    "Pobrezinho o povo brasileiro, tão trabalhador, tão educado, tão desenvolvido, as mulheres sempre tão cobertas e comportadas..e esse povo fazendo questão de levar a imagem errada da gente para o mundo!

    Malditos os marketeiros que so querem lucras com as nossas belas praias… blablabla."

    Ah…deixa disso ne?

  9. Mirelle, eu acho que o que ela a Danda , quis dizer é que o que passa na mídia influencia, o que não deixa de ser verdade.

    Quem por exemplo não associa Irlandês com cerveja, Frances com perfume e falta de banho, e brasileira com bunda? são esteriótipos que não dá pra ignorar, nem pra se livrar, e que muita gente explora sim, afinal se um gringo mau intencionado ve um cartão postal com uma fileira de 10 bundas na foto,dificilmente ele terá uma imagem diferente da gente , mas é aquela história, eu não me ofendo, afinal julgar uma nacionalidade inteira por uma foto ou por um comercial nonsense é ignorância e falta de conhecimento e esse tipo eu ignoro.

    E venhamos e convenhamos,violência, prostituição e mazelas tem em todos os lugares.

  10. Oi Ká parabéns pela reflexão…está cada vez melhor!!!!!bjs te amamos.

  11. E quando diga que no Brasil tem frio, ninguem acredita..rssss, assim como a Italia tem muitas outras coisas que so pizza e o Colosseo!!
    Tanti saluti!
    Gi, Roma

  12. Karine!

    Cheguei por aqui ao ler um comentário seu no "Dentro da Bota", do qual sou seguidor e fiquei muito feliz pelo que li. Pela leveza (sutilidade) e inteligência do texto.

    Eu "me vi" em várias das situações que você descreveu ali, sobre quando se fala de Brasil e brasileiros.

    A propósito, sou de Recife, onde moro. Porém vez ou outra estou fora do Brasil, como neste momento (me encontro em Roma e vou ainda à Suiça, retornando ao Brasil dia 20) e me deparo com situações idênticas. Causo surpresa se falo que não jogo futebol, não danço forró, não admiro um ou outro ídolo do futebol brasileiro, etc…

    Parabéns! Vou vir aqui sempre!

    Abraço

  13. Obrigado Karine!

    A Irlanda é um dos países que adoraria conhecer sim. Se um dia for, te aviso com certeza.

    Quando tiver tempo, visita também o meu outro blog, onde escrevo diariamete, o "Salada à Brasileira", que, aliás, hoje completa 3 anos.

    Abraço

  14. Oi Ká

    muito, mas muito bacana o teu texto e principalmente as observações que vc fez em relação a visão que os estrangeiros tem uns dos outros.

    Bjs

    Rodz

  15. silvia moraes da silva

    quero muito participar mas meu post não ta entrando, minha bebe faz 1 aninho dia 27 sewria um otimo presente bjs

    silviapaulino-bebe@hotmail.com

  16. queroooo muitoooo ganhar minha bebe ta fazendo 1 aninho lutou muito para nascer, fiquei internada antes de ganhar ela 24 dias por pré eclampsia e diabetes gestacional. deem este presente para ela. bjs muito obrigada. amei o visual da mamadeira

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