Meu pai sempre foi muito bom para mim e para minha irmã, tenho lembranças ótimas da minha infância e tenho certeza de que muitas das minhas habilidades adquiri com ele, que me fazia jogar frescobol a beira do mar aos 5/6 anos de idade, ou que tinha um raciocínio lógico e uma vontade de ajudar o próximo que eu tanto admiro e que hoje tento passar para os meus filhos, mas a realidade é que não me lembro dele tomar conta da gente pra minha mãe fazer alguma coisa, muito menos sair pra bater papo (ou perna) com uma amiga, acho que até para ir ao médico ela nos levava.
E é essa diferença entre o Pai brasileiro casado e o pai irlandês.
A vida social da mulher brasileira quando essa vira mãe muda, muito.
Principalmente se ela, assim como eu, for housewife.
Que homem chegaria do trabalho na sexta-feira e ficaria em casa tomando conta das crianças (as vezes muitas crianças) para a esposa sair com as amigas ?
Ou que daria força para mulher viajar um final-de-semana -deixando as crianças para ele cuidar?
Pois é, o homem irlandês sim e não é porque ele não gosta da sua companhia, mas porque ele entende que antes de sermos um casal ou pai e mãe, somos indivíduos independentes e não podemos esquecer de quem éramos antes de nos tornarmos uma família.
Eu já tinha reparado essa devoção antes mesmo de ser mãe da Chloe, mas foi depois que eu constatei de que é um comportamento tão natural que eles nem veêm isso como algo especial.
É claro que não foi sempre assim e a igualdade no mercado de trabalho entre o homem e a mulher contribuiu para que esse tipo de hábito evoluísse.
Tenho amigas irlandesas e brasileiras.
Dentro dessas tenho brasileiras casadas com brasileiros e brasileiras casadas com irlandeses.
É nítida a maneira como a vida social é completamente diferente até por uma questão de comportamento nosso de Mãe brasileira que deixa o papel de mulher um pouco de lado.
O que não é certo, nem errado, é só mais uma das milhares de diferenças culturais, o que nem por isso deixaria de classificar o comportamento da sociedade brasileira de extremamente machista.
No Brasil, é verdade que muitas mães contam com babá, empregada doméstica e avó para quebrar um galho, mas existem as que não tem nada disso por perto, e aí, como faz?
Porque, né?
Ser mãe é lindo, mas não existe um ser humano capaz de viver o mesmo papel sete dias por semana, 24 horas por dia sem se esgotar.
Ou existe?
Uma vez na escola, acho que eu estava na quinta-série, um amiguinho disse que o pai dava muito mais atenção a ele depois que o pai e a mãe se separaram, e tenho certeza de que você deve conhecer um caso assim, o que deixa claro que no dia-a-dia a criação dos filhos fica por conta da mãe, mesmo as que igualmente trabalham fora.
Se o Pai que trabalha fora tem direito a folga semanal e férias, porque motivo as mães que ficam em casa não tem direito de tirar um break da rotina diária?
Quando um casal divide responsabilidades, dedicação as crianças e tempo para si mesmo, tudo fica mais fácil, mais leve e mais sólido e bem definido pra todo mundo.
Primeiramente preciso falar que eu necessito dar uma mordiscada nessa bochecha rosinha da sua pequena, uma linda!
Dito isso, taí uma coisa que acho ótima. Aqui nos EUA é muito comum ver os papais com as crias na rua ou em casa enquanto as mães fazem algo (pra elas ou pra família). Eu acho isso muito legal, ter um pai presente e que participa da vida dos filhos é o máximo! Fora que vez ou outra, as mães precisam dar uma respirada né? Também sou super a favor do papai sair com os amigos pra falar besteira, jogar…todo mundo precisa de um tempo.
Olá Karine!
Achei seu blog fuçando nas listas de outras pessoas, comecei a ler um monte de posts, adorei! Ri demais com o seu jeito e algumas coisas me senti muito identificada, já que sou au pair nos Estados Unidos. Tem coisas que a gente só sente falta quando está longe do Brasil! Hahaha.
Um abraço!
Mariana
Karine, ótimo texto. Aqui na Austrália também é assim. Tem até um grupo de pais aqui no meu bairro que se reune na "Dad's night in", na qual eles cuidam das crianças para as esposas sairem para se divertir um pouco sozinhas. É bem ineressante essa diferença cultural, acho que vc tem toda a razão!
Bjo
Livia
Ká entre nós, homem brasileiro é meio folgado hein? Os maridos das minhas amigas jamais ficariam cuidando das crianças pra elas sairem com as amigas, principalmente depois de um dia de trabalho. Muitos não "deixam" sair mesmo sem filhos!
Acho que é mesmo uma questão cultural. O Brasil tem muita coisa boa e é bem liberal em certos aspectos mas nesse ponto que você escreveu estao anos luz atrasados. O mesmo acontece aqui nos EUA. Muitos pais passam o domingo cuidando de muitos filhos para a mulher ter uma folga no final de semana.
Adoro ler seus textos…
Bjs
que coisa bacana em ?! + talves seja a propria cultura da mulher brasileira, eu pelo menos n tenho vontade de sair só c as minhas amigas, sem meu marido, sempre saimos em grupos, minhas amigas e seus amigos e com certeza um dia sera com nossos filho :)e viajar sozinha a primeira vez q fiz isso foi p ir ao Brasil e deixei o Mow em casa cuidando da nossa cachorra, digo filha 🙂 entao pode ser que el me saia bem como pai de fato + espero n precisar viajar "solita" nunca + !!!
Por aqui é assim também. O ponto alto dessas relações (de pai, marido e namorado) é que existe o respeito a individualidade. Aí, nao entra também o ciúme e o sentimento de posse: Porque vc sairia com suas amigas, se está casada comigo? Vc vai mesmo sair com suas amigas?
esse tipo de argumentação não rola por aqui. Eu adoro isso.
Bjs!
Karine,
Meu marido eh brasileiro mas jah aderiu ao estilo europeu, talvez por estarmos morando aqui a mais de 10 anos. Logo ele ajuda em tudo, e tambem pq nao temos ninguem para nos ajudar e nos dois trabalhamos.
Mas sei de pais ingleses quenao ajudam. Aqui existe a divisao de tarefas e acho otimo, pois nos dois participamos intensamente da criacao da nossa filha.
bj carol P
http://www.motherloveatabase.com
karine, aqui na Suécia existe uma tendência ao equilíbrio em todos os aspectos. Quando o pai não colabora e a enfermeira nota que a màe está esgotada, é chamado o "aconselhamento familiar". Aqui, além de existir os 12 meses de licença remunerados (mesmo que a mae nao trabalhava antes), o casal que divide exatamente 6 meses para cada, recebe um bônus. Claro, a Suécia é um país com profundas raízes na igualdade de gêneros, e meu marido que não é bobo, aprendeu rápido! Beijos
Oi Ka adorei o post..mas aqui no Brasil isso nunca acontecerá, infelizmente…Só rola maldade na cabeça dos homens e das mulheres tb.bjs
Tudo bem que nao tenho filho (so cachorro eheheh), mas sinto isso desde ja tambem.. Namorido acha a coisa mais natural do mundo que eu queira viajar sozinha, sair sem ele, etc.. E eu eh que tenho que combater a culpa brasileira pra fazer minhas coisas sem ficar me sentindo uma pessima namorada!
Quem dera os brasileiros fossem assim,seria tão bom…
Maas acho que conversando a gente se entende, né?! rsrsrs
Vi o video a Chloe, me acabei de rir com ela fingindo que não estava escutando,kkkkkkkk.
Beijos Ka. A família é muito linda.
acho que isso é uma qualidade dos homens europeus em geral (tirando os wanna-be latinos, tipo italianos e espanhois). Os alemaes pelo menos tb nao tem problema nenhum em ficar com as crianças. Claro que existem os examplares mais "machistas" que reclamam um pouco mas tb nao dizem nao 😉 bjs!
E vivam os pais irlandeses… 🙂
Bjs
N.
Percebi logo no comeco do meu relacionamento que se eu me separar do meu irish acho q nunca mais namoro brasileiro.
como au pair, babysitter e professora de escolinha vi varios casais irlandeses e acho q todos se encaixam nesse padrao. nao só homens, mas mulheres tbm, q nao ligam se o maridex sai…
afinal a culpa do extremo machsimo brasileiro é da mulher tbm que simplesmente aceita a situacao sem questionar.
mas vou revelar que essa semana tive uma briga feia pq ele saiu sabado e domingo eu tava meio doente nao fui e fiquei puta da vida… equilibrio é o que há. e a europa tá muito perto disso.
Soh voce mesmo neh Ka. EH CLARO que eu quero conhecer as Europeias tb, e voce jah esta na minha lista, pode ficar tranquila. Eh que querer ainda nao eh poder ($$$$) entao to esperando a oportunidade certa. Meu marido ama a Europa e jah morou na Austria quando era novo, fez um ano de intercambio e conheceu varios paises, soh nao conheceu Inglaterra nem Irlanda, e eu e ele somos doidos pra conhecer a Irlanda. Eu ainda nao fui a Europa, mas estamos querendo ir assim que eu me formar, antes dos filhos virem. Entao vou manter contato. Aih seremos dois babando na sua beleza, hahaha.
Quanto a este seu post… que bom saber que Irlandes eh assim tb. Aqui nos EUA eu tb reparei que os homens sao muito "mao-na-massa" sabe, eles trocam fraldas, dao mamadeira, levam pra passear, cuidam das criancas no horario que a mae vai trabalhar, jah vi pais levando os filhos no mercado sem as mulheres. Sei que os homens no Brasil estao mudando e melhorando neste sentido ultimamente, mas ainda tem muito (mas MUITO) machismo lah ainda, e isso eu nao suporto.
Bem diferente da cultura brasileira, e mais uma das coisas boas de ser casada com gringos. Aqui na Inglaterra eh a mesma coisa, mas nao acredito que seja a maioria, mas ainda assim eh muito comum. Sorte a nossa que pode tirar umas "ferias" de vez em quando. Adorei o post
Bj
O Rosinha já leu isso aqui? Elogio público assim TEM que cair nos ouvidos do elogiado.
Muito bom!!
bjo
Pois é people, como disse a Mike, não é só o comportamento masculino que é assim, toda a ação provoca uma reação, se a mulher brasileira está satisfeita e feliz em continuar se comportando do mesmo jeito de sempre, só nos cabe respeitar a escolha de cada um, fico feliz que eu tenha achado o meu "quadrado" e que cada um seja feliz no seu!!!
beijoooo
Que coisa bacana, Ka!!!
Por aqui, na grande maioria das vezes, acaba sobrando tudo prá mãe mesmo.
Não tenho filhos, não posso palpitar muito sobre o assunto.
Mas tenho amiga com filhos, e são poucos os maridos que ficam com as crias para as mães tirarem uma folga!
Um viva pro Rosinha! Um viva pra Irlanda!
Bjo
OI Karine,
Sou leitora assidua, e admiradora do blog, vc eh muito simpatica!
Mas eu acho que alem do problema cultural, a grande diferenca esta na dificuldade em criar filhos no chamado primeiro mundo. Meu marido eh italiano, e ele tb fica com os filhos ,para eu poder sair com as amigas. Me ajuda em todas as tarefas domesticas. Porem, ele faz isso pq sabe que eu nao aguentaria se fosse de outra forma. Moramos nos EUA, aonde a pratica eh natural.
Eu acho que se morassemos no Brasil, ele ja teria se adaptado ao modo brasileiro.Apesar de saber que a sociedade brasileira eh injusta.E que o fato da classe media poder arcar com estes gastos indica um grande numero de desfavorecidos.
Meu pai eh um super pai ate hoje e sempre foi um paizao. Mas, tb nunca tomou conta da gente, Minha mae era o homem e a mulher da casa, pq ele viajava muito a trabalho. Porem , no Brasil dos anos 70/80, nos podiamos ter duas pessoas morando em casa para ajudar. E nunca fomos ricos. Minha mae estava mais do que assistida, nunca teve que lavar um banheiro na vida. Fora a ajuda dos vizinhos e da familia. Os vizinhos eram realmente VIZINHOS, qualquer problema era so gritar.
Nos no "primeiro mundo", vivemos uma vida de isolamento. E pagar por servico domestico, fora as cleaners de uma vez por semana ou 15 em 15 dias, eh coisa para milionarios. Meu irmao no Brasil, tem um filho de quatro anos, que tem baba por conta dele ate hoje, fora a empregada. Para que ele vai ajudar a mulher?E vc ja viu nos restaurantes no findi semana,como e. O pessoal leva a baba substituta?!?!
Entao..eu acho que eh tudo questao de mercado, oferta e procura, ou o bom ditado "necessidade faz sapo pular…"
Quando o italianinho vai para o Brasil, e fica na casa dos meus pais, nao levanta o bumbum do sofa, quer mais ea vida boa do Brasil…leva dois minutos para de adaptar..hehehe
Oi Káa,
A Maria Rita comentou exatamente o que eu ia dizer aqui : " … Aqui no Brasil isso nunca acontecerá, infelizmente…Só rola maldade na cabeça dos homens e das mulheres tb."
Eu acho esse tipo de relacionamento super maduro. Sendo natural da própria cultura então… melhor ainda. Pena que esse tipo de situação, salvo algumas exceções, não é comum aqui no Brasil, acho que os relacionamentos durariam mais. 🙂
O meu pai, que nunca pois os pés fora do Brasil, sempre cuidou de nós, lava, passa cozinha (bem, chegava visita e lá ia ele fazer o jantar), costura e nunca teve preconceitos em relação a isto, pelo contrário. Me lembro que minha mãe trabalhava longe e lá estava ele no meio da mulherada na festinha do dias das mães na escola da minha irmã. Pãe você é o máximo!!!
Olá Karine!
Tudo bem?(*^_^*)
Muito prazer! Me chamo Akiko, sou mãe de duas japoneusinhas e moro no Japão há 12 anos.
Sempre que posso, acompanho seu blog (e de outras Mães Internacionais).
Gosto muito do seu jeito, "despojado" de se expressar. =P
Infelizmente aqui no Japão, a imagem do pai que cuida e cozinha para os filhos, enquanto a mãe passeia com as amigas está meio longe de se tornar uma realidade do cotidiano…
A sociedade continua muito machista e as mulheres, submissas. ( Mas, existem as exceções!)
Graças a Deus, meu namorido, que também é brasileiro, não é o machista-ridiculo!
Ele cuida das meninas quando preciso sair p/trabalhar, cozinha, limpa a casa ( melhor que eu!rsrs) e não se importa que eu saia com os amigos para os happy hours da vida!
Precisamos de mais homens assim! rs*
Um grande abraço!
Sayonara!
Akiko
akiko.kawashima@gmail.com