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A Mulher Invisível.

Eu nunca fui do tipo que se preocupa com o que os outros vão pensar, vide as minhas escolhas, mas sei que sou diferente de grande parte dos brasileiros que conheço.

Aqui na Europa acabei encontrando a liberdade que sempre proucurei, ninguém se importa, todo mundo por essas bandas (ou a maioria pelo menos) está muito ocupado com sua própria vida, para se importar com a vida dos outros, a descrição é tão grande que as vezes eu chego a achar que somos todos transparentes.

Aqui você pode sair de suspensório, cabelo laranja, meia de duas cores que ninguém vai notar.
Mas o que seria um sonho para quem tem aquela vizinha que dorme em pé na janela tentando desvendar o passo de todos que passam na frente, nem sempre provoca na gente a melhor sensação, essa ignorância e esse grau de interesse quase inexistente dos europeus faz a gente se sentir de alguma forma menos interessante, quase um zero a esquerda, e até você se acostumar a não ver homem virando o pescoço quando você passa ou vizinho interessado nas suas conquistas, com certeza seu ego irá estremecer.

Não me entendam mal, eles tem uma opinião formada e muitas vezes são bem críticos, a diferença é que eles são discretos demais para compartilhar suas opiniões a respeito da vida alheia.

Dublin apesar de ser uma cidade calma, tem um lado bem cosmopolita, em uma ida ao supermercado você encontra várias nacionalidades, escuta várias linguas e claro, as vezes é surpreendido por costumes diferentes e curiosos, morando aqui a algum tempo passei a perceber  que embora o ser humano venha em diferentes ’embalagens’, raça, cor, credo e costumes no fundo procuramos a mesma coisa, só o caminho e a roupa que mudam.
Eu ainda me encanto com essa tal Globalização e mais ainda de fazer parte dela, mesmo que as vezes, invisivelmente.

12 Comments

  1. Realmente, você tem razao. Mas vamos ao que interessa??? Kd as fotos do casorio???to doida p ver!

  2. Oi, Ka! Aqui já é mais parecido com o Brasil. Vivo num bairro de classe média, onde as crianças brincam na rua de bola e os moradores ficam observando o movimento pela janela. Me sinto no Brasil às vezes. Apesar da diferença cultural, turcos são tão passionais quanto brasileiros.

    Vc como brasileira deve estranhar um pouco essa "indiferença", ne. Por um lado é bom, acho que é sinal de respeito.Por outro o silêncio é mesmo uma incógnita…
    Beijos

  3. Primeiramente gostaria de te parabenizar pelo Blog, acompanho ele quase todos os dias. Sou Curitibana, mas morei muito tempo em Búzios. Temos várias coisas e opinioes em comum. Estou indo morar em Dublin em agosto. Grande abraco pra vc e pra toda sua família! Meu orkut: Dani Odpes.

  4. Boa! Honestamente essas são coisas que ainda me encantam nessa parte do mundo. Tanto o caráter cosmopolita quanto a invisibilidade. Em relação à parte feminina, devo lhe dizer que trabalhador da construção civil tem um princípio moral padronizado em qualquer lugar do mundo. Ou seja, passe em frente a uma obra para ver se os pedreiros vão ou não virar o pescoço… hehehe
    bjo

  5. Adoro essa sensação de "invisibilidade", pois ela é diretamente proporcional ao respeito que as pessoas têm pelas escolhas de cada um, sejam elas quais forem.

    Beijo!

  6. exato! eu ja havia tido essa sensacao (de que se pode fazer tudo por aqui). dai, ano passado, a sindica do nosso antigo predio nos encontrou nas escadarias e disse "ah, voces estao plantandos tomates na varanda" e eu e meu namorado ficamos bem impressionados, porque seria impossivel dela saber disso se nao ficasse espiando nossa varanda (e ela fez isso pelo apartamento de outro morador do predio, nosso apto nao dava pro dela). no brasil, eu teria achado isso normal: as pessoas fazem comentarios desse tipo o tempo todo, mas aqui eu ja me acostumei a ter minha privacidade acima de qualquer coisa.

  7. ah, soh pra avisar, cheguei aqui atraves do europosa. gosto de saber com oas pessoas chegam no meu blog, por isso tou comentando. 🙂

  8. Pois é, adoro isso aqui!
    Vizinho nunca vi e nem sei quem são, gracas a Deus!
    … Mas, confesso que passar num canteiro de obra e ñ ouvir: "Ñ sabia que boneca andava" me leva å depressão! Hahaha

  9. Taí uma verdade. Aqui em Berlin é assim tb. E, nao vou mentir, tem homem que olha como os brasileiros, mas nao sao os alemaes e eu fico puta da vida com isso. Não sou objeto! E me sinto de volta nessa vida que já tive… (comentário confuso, né? rsrs)
    Bjs!

  10. nossa, eu acho que troco fácilllllllllll as olhadas dos caras por uma vida sem ninguém prestando atenção no que eu faço ou visto.

    mas que deve ser um pouco estranho pra quem é acostumado com a passionalidade dos brasileiros, ah isso deve…

  11. Ká, eu encontrei meu lugar ao sol, se é que se pode dizer assim, qdo andei pelas ruas e nao tive que cumprimentar ninguem, nem conversar com alguem na fila do correio/banco/supermercado.
    Gosto tanto, mas tanto mesmo dessa invisibilidade. Eu sei que soa esquisito explicar essas coisas, tem gente que acha que isso é um tipo de solidao, mas a sensaçao boa de que o que vc faz, come,veste nao tem muita importancia pro resto das pessoas me dá uma sensaçao de alívio, de liberdade.
    Se um dia tiver que fazer o caminho de volta ao Brasil sei que será uma readaptaçao bem difícil.
    Post bom, bom mesmo!

  12. sempre me acostumei que aqui na alemanha as pessoas sao mais "na delas" e ninguem realmente se interessa pelos outros. Ate chegar a Munique. Quando um cara assobiou pra mim na rua, ate me assustei…em que pais estamos? haha Aqui é tudo um pouco mais "latino". uma otima mistura! =) bjs!

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