Eu nunca fui aquela amiga sem filho.
Com exceção das amigas que foram mães na adolescência, eu fui uma das primeiras a casar e procriar.
Fui uma mãe sem parâmetros e sem cobranças (e um pouco sem juízo)
O fato é que, desde que eu me entendo por gente, eu sou mãe e por incrível que pareça as minhas amigas mais próximas não eram.
Não sei se é um lance de identificação, só sei que a vida inteira foi assim.
Hoje o negócio tá meio a meio e preciso confessar que amo ver essa transformação que a maternidade faz na personalidade, nos planos e na percepção da gente.
Quando nasce uma mãe, um pouquinho do que a gente era, se transforma.
Pode ser o “Eu não vou levar o bebê pra dormir comigo!”, Pode ser o “Eu vou deixar chorar!”, ou o “Eu não vou deixar a minha vida social de lado”, ou simplesmente “Eu não vou compartilhar a foto dos meus filhos na internet”.
O fato é que em menos de 1 semana, de alguma maneira você vai -finalmente- compreender o
“você só vai entender quando for mãe” e ó, se você tiver talento pra coisa, capaz de você repetir (mesmo que mentalmente) para primeira amiga sem filhos que aparecer na sua frente.
Sabe no Batizado, quando o Padre molha a testa do bebê?
Ou na Primeira comunhão, com a hóstia?
É quase que um ritual de passagem.
Quando o primeiro Cuspe cai na testa é quando a mágica acontece.
É quando você passa a fazer parte do clube, oficialmente.
E quando isso acontecer, você também vai entender que quando o filho de uma amiga adoeceu, ou o marido chegou tarde do trabalho e ela precisou desmarcar um compromisso de última hora, ela o fez com dor no coração.
Se você tinha alguma dúvida sobre a sua importância na vida dela, vai compreender que depois dos filhos você se tornou ainda mais importante, que não foi descaso quando ela caiu no sono depois de visualizar a mensagem e não responder.
Vai sentir que quando você perguntou pelo filho de uma amiga, o amor dela por você aumentou um pouquinho.
Que não foi por mal que ela passou a noite falando sobre algum problema de uma das kids, ela só queria mesmo desabafar.
Vai entender que a sua amizade era o que a mantinha conectada com o que ela foi um dia, antes deles chegarem.
Você vai saber tudo isso, porque você vai passar por tudo isso e suas amigas sem filhos, vão passar por isso, com você.
Quanto aos cuspes…
É verdade que algumas levam uns cuspinhos de leve, outras só de raspão e algumas aprendem com a experiência, que levar na testa, vira rotina, eu mesmo, dei a janta para uma das meninas na banheira, hoje a noite.
Janta na banheira.
Quais os motivos que levam alguém a dar jantar para os filhos na banheira?
Criar serumaninhos é mais complexo do que parece, mas mais divertido também.
O dia que você for mãe, você também vai entender.
E se você não for, e nunca entender, tudo bem também.
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Me identifiquei demais com esse post! Eu também sempre fui a amiga com filho, desde muito cedo. Outras prioridades, outras histórias. Ri de mais do jantar na banheira. Cada mãe sabe onde aperta o seu calo 😉
Realmente, só quem é mãe entende esses pequenos detalhes e sabe rir dos cuspes que caem.
Todas as minhas teorias de como iria criar minha filha caíram por terra,faço coisas que antes criticava e muitas outras pelas quais devo receber criticas de amigas sem filhos.
Criar um serumaninho é tarefa árdua mas totalmente prazerosa!
beijos!
https://aprimeiracasaninguemesquece.blogspot.com.br/