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Estudar e trabalhar na Irlanda, vale a pena?

O Relato sobre a vida na Irlanda dessa semana é da Nathiane, faz muito tempo que a conheço, porque ela lia o blog a alguns anos e quando ela veio a Irlanda, nos conhecemos pessoalmente.

A Nathi, que escreve o blog Uma cearense pelo mundo, pesou os prós e contras e voltou ao Brasil antes mesmo do visto acabar.

O Intercâmbio é realmente uma experiência muito pessoal e de qualquer maneira muito valida!

Confira o depoimento dela!

Porque Estudar e Trabalhar na Irlanda?

Tive minha primeira experiência no exterior em 2011 nos Estados Unidos, quando ainda, estudante universitária, fiz intercâmbio pelo programa da faculdade que estudava. Depois disso, tive o privilégio de conhecer alguns países, que era um sonho desde a adolescência.

Com meu retorno “definitivo” ao Brasil a vontade de viajar não parou mais e eu comecei a pesquisar para decidir qual País seria interessante investir depois da minha formatura.

A procura pela estabilidade profissional nunca chegava e com uma demissão inesperada, logo após a copa  do mundo de 2014, não pensei duas vezes, a hora era essa.

Para curar um coração partido (em muitos sentidos) eu precisava viajar para ampliar meus horizontes.

Foi assim que a Irlanda passou a fazer parte dos meus planos.

Era o único pais que ainda permitia que estudantes trabalhassem.

Foi também o país mais em conta dos quais pesquisei.

Eu já tinha fluência no inglês, tanto de formação como de intercâmbio, então não priorizei a qualidade da Escola e sim o preço.

Meu objetivo era ter experiência de trabalho para assim avaliar se valeria a pena largar o Brasil ou não.

Não fiz nada por agência, fechei tudo sozinha diretamente com a Escola, comprei passagens e dentro poucos meses embarquei com planos de ficar 1 ano.

Cheguei na Irlanda em fevereiro de 2015.

Ao chegar Dublin as coisas não saíram como planejado. Eu havia pago 1 semana de acomodação em um hostel e confesso que e assustei com a realidade; Nunca tinha ficado em hostel, então era complicado entender que dormiria com mais 6 pessoas em um quarto minúsculo. Juro que não é frescura, mas eu já tinha 26 anos, não era mais adolescente, já tinha sido au pair nos Estados Estados Unidos, e apesar de ter experiência fora do Brasil, sempre tive minha privacidade, meu cantinho.

Dessa vez era tudo diferente e eu quis chorar já no primeiro dia, arrependida.

Porém, me adapto fácil e consegui sobreviver mais de 1 semana no hostel, dividindo apenas 1 banheiro com 15, 16 pessoas.

Isso, é um absurdo mas era o que tínhamos.

E o hostel foi pago diretamente com a escola, então eu nem sabia onde iria ficar, só soube ao chegar.

A procura por moradia é a parte mais difícil.

Por mais que eu tivesse fluência em inglês para negociar com os proprietários, quando eles sabiam que era para Brasileiros e estudantes, negavam. Então fiz mais de 30 visitas em 1 semana para conseguir uma moradia que custava 450 euros por mês, um pouco distante da escola .

Eu precisava dividir meu tempo entre a escola, a procura de uma nova moradia – porque continuar pagando 450 euros por mês  não ia caber no meu orçamento – e a procura de emprego.

Nessa brincadeira mudei 5x em 6 meses.

A procura por trabalho também foi difícil. Os trabalhos de limpeza, cuidar de criança, quando eu procurava falavam que eu era muito qualificada para isso, acredite ou não, fora do Brasil a mesma história. Hiperqualificação.

Foi assim que comecei a procurar empregos que procuraria no Brasil, na minha área e acabei sendo contratada depois de 3 meses de Irlanda por um hotel 5 estrelas para ser recepcionista bilíngue.

Amei, uma experiência incrível, mas o trabalho era bem pesado.

Quando meu curso terminou, em julho eu decidi que não valeria continuar em Dublin (por 1 ano) porque o que eu ganhava gastava praticamente todo com moradia e alimentação.

Era mesmo só para me manter e dessa forma a minha vida no Brasil era melhor.

A convivência com as pessoas da casa também pesava muito, eu não aguentava mais me mudar.

Não aproveitei a vida noturna na Irlanda porque eu vivia cansada, com sono, toda folga era pra dormir.

Nos primeiros meses antes de trabalhar eu só andava a pé para economizar, só depois que consegui trabalho comecei a usar ônibus e fiz o LeapCard. Também aproveitei muito a cidade andando a pé para conhecer, indo aos parques, “country side” Interiror e outras cidades da Irlanda (que  amoooo), o frio que também amo.

Só não gostava da chuva e ventania.

O resto lindíssimo.

E olha que legal, fui para festa de 8 anos do  Ka entre nós, conheci a Karine pessoalmente(estava nos meus planos esse dia), cheguei a ir na casa da Ka também e isso foi muito legal.

Adorei conhece-la e as crianças e outros amigos em comum.

Ao sair da Irlanda ( as passagens de Dublin par qualquer lugar da Europa são muito em conta, de verdade. Viva Ryanair) fui para Sardenha na Itália, para o casamento de uma amiga e de lá fui para Noruega onde fiquei 2 meses também em casa de amigos.

Ai depois, Brasil! O retorno!

Não me arrependo de ter ido para Irlanda, mas me arrependo de ter ido para Dublin.

Eu sou mais tranquila e me apaixonei pelo interior da Irlanda, amo fazenda, animais, natureza. Acho que teria ficado mais tempo senão tivesse escolhido Dublin.

Tudo é uma questão de momento e prioridades. Eu hoje com 28 anos priorizo meu espaço, meu conforto, mesmo que simples gosto de ter uma vida sem me preocupar tanto sobre como irei me manter. Que era minha preocupação na Irlanda.

Acredito que qualquer lugar do mundo pode ser nossa casa contando que estejamos firmadas e com o coração tranquilo. Eu não estava nessa tranquilidade e tudo que aconteceu comigo por ai só me desestimulou a continuar tentando. Mas os 6 meses do curso fiquei.

Sinto saudades, mas só voltaria em circunstâncias diferente.

Mas que é um país incrível, é sim! Ilha encantadora.

Trouxe no coração pessoas de todas as nacionalidades que jamais esquecerei.

Essa é aparte bacana de se rodar o mundo, mesmo voltando pra casa.

 

Nathiane

Uma Cearense Pelo Mundo

 

Relato de uma cearense pelo mundo
Uma cearense pelo mundo

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