Crônica, Intercâmbio na Irlanda, Maternidade, Vida Na Irlanda

Educação na Irlanda, Transition Year.

Karine Keogh & Breno Motta
Vida na Irlanda – Segundo grau na Irlanda

Eu vou te contar uma coisa: A vida tá ficando mais fácil.
Agora com as meninas um pouco maiores e mais independentes a vida anda mais no ritmo que eu nasci para viver, me sentia bem limitada com elas ainda little.


Há quem diga que um dia vou sentir saudade da época em que eles eram pequenos, mas gente, Breno vai fazer 16 anos, tô nesse ramo a tempo suficiente pra te dizer que apesar de sentir uma nostalgia, muito vez em quando, nada mais prazeroso para uma aquariana incurável do que saber que as pessoas com quem divido e dedico a minha vida conseguem depender cada vez menos de mim.

Não me leve a mal, só respeito a ordem natural da vida e é incrível ve-los se transformando em seres humanos bacanas.

E aqui na Irlanda, com um sistema muito diferente do Brasil, a escola tem um papel fundamental.

Esse ano Breno entra no chamado Transition Year, eu poderia chamar de ano sabático no meio do ensino médio, mas se ele ler esse post (ele costuma checar meu blog periodicamente pra ver se estou falando dele), ele diria que é uma descrição não muito justa, já que eles continuam com muitas obrigações, mas sem atividades curriculares.
Transition Year, é o ano em que os jovens entre 15 e 16 anos tem a oportunidade de vivenciar o mundo, além dos muros escolares.
Eles tem que prestar serviços a comunidade e fazer estágio em 3 empresas (escolhidas por eles), além fazer muitas excursões de cunho educativo a Museus e importantes locais da cidade e da Irlanda.
Algumas matérias, como formação de banda, debate, Política, culinária e drama também ficam disponíveis.

Em algumas escolas, como a do Breno, o Transition Year – ou ano de transição- é obrigatório, em outras escolas, é opcional.

Eu não tenho pressa que ele termine o Ensino Fundamental, afinal, são poucos os jovens que aos 17/18 sabem o que querem fazer para o resto da vida, e optaria por ele cursar esse ano mesmo que não fosse mandatório, mas nem todos os pais pensam assim, acho que esse é um ano que, se a Kid é acadêmica não vai fazer mal, mas que caso a kid precise de mais foco e guidance preocupa a alguns pais.

Sendo Brasileira, das humanas e sempre na dúvida entre fazer miçangas, Publicidade, Direito ou viver de amor, eu acho que adoraria ter tido esse ano extra para pensar melhor no futuro, então estou bem contente com essa oportunidade que o ensino Irlandês dispõe para kids, que como Breno, ainda não estão muito certas do que cursar, ou que não tem pressa.
Afinal, eles tem uma vida inteira pela frente e eu só vejo vantagem nesses 365 para ajudar a decidir o que se quer.

Breno está animadíssimo com todas as possibilidades e portas que vem se abrindo e eu tô aqui, assistindo a tudo de camarote e vendo ele se tornar esse cara gente boa.

Dizem por aí que é preciso uma tribo inteira para se educar uma criança, e é mesmo verdade.

Segundo grau na Irlanda
Segundo Grau na Irlanda
Karine Keogh & Breno Motta
Vida na Irlanda – Segundo grau na Irlanda

4 Comments

  1. Super te entendo com relação a felicidade de ver os filhos ficarem independentes. Tenho 3 filhos e venho tentando cria-los da maneira mais independente possivel. Pq meu desejo para eles é que cresçam livres, independentes e felizes. E muito legal esse Transition Year. Quem dera aqui no Brasil nossos jovens pudessem ter rssa experiencia. Otimo post!!! Bjos

  2. Nossa, não sabia que isso existisse aí na Irlanda, e vou dizer: achei fenomenal!!! Queria eu ter tido um ano em que, no meio da correria do dia a dia, de aprender fórmula de Baskhara e outras coisas que não fazem sentido aos 15/16 (algumas não chegam a fazer sentido nunca) tivesse tido um ano para poder ter essa orientação, essa desaceleração das matérias tradicionais e poder questionar o mundo sobre meu papel nele.
    Sou totalmente a favor de termos esses breaks em outras ocasiões também, ao longo da vida adulta. Tipo: Após 3 anos de faculdade, para termos tempo de respirar e analisar se é esse mesmo o caminho que queremos seguir, e depois de uns 5-7 anos de formado, obviamente as empresas iriam permitir esse transition for adults para fazer algum curso, um trabalho voluntário, etc. Não seria legal?
    Depois periodicamente, a cada década ou por aí, para as pessoas se reinventarem.
    Seriamos adultos menos frustrados e com menos doenças também, imagino.
    Acho que seria fantástico.

  3. Obrigada por me lembrar que um dia a vida ficará mais fácil. Tem hora que eu acho que o caos será eterno… Eu não conhecia esse negócio de transition year. Que ideia ótima!

  4. Pingback: Escola Pública na Irlanda. Ká Entre Nós

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