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A volta para o trabalho, depois da maternidade.

Quem leu meu último post (se você não leu clica aqui pra não pegar o bonde andando!),
sabe que eu decidi voltar a trabalhar fora.

E quando a vontade bateu, bateu junto o medo da tal Gap* que eu tinha no meu Cv, claro, afinal seria difícil competir com outros candidatos que já estavam no ritmo de trabalho em um office.
Mas não acho justo.
Eu adquiri muita experiência em 7 anos trabalhando em casa, não só com meus filhos, como também com o Blog.

Além disso, você que me conhece, sabe que não fiquei parada, aliás, está aí um conselho pra você que um dia pensa em voltar ao mercado de trabalho: Não fique parada!
Ter feito cursos e ter mantido minhas qualificações up to date, foi ótimo para mostrar muita coisa, entre elas, o meu poder de multitasking(que é fazer muitas coisas ao mesmo tempo) e a minha capacidade de buscar sempre melhorar.

Outra coisa importante, que eu tive que trabalhar em mim e me fez evitar muitas decepções foi aceitar que não dava pra continuar de onde eu parei, pelo menos não estando 8 anos fora, talvez se eu tivesse parado por até uns 2 anos, ainda tivesse alguma esperança, mas passou dos 5, a gente precisa dar um passinho para trás pra poder dar 3 pra frente, não tem jeito, some-se a isso, uma outra língua, outra cultura e uma nova vida, no meu caso com 4 filhos, o que dificulta meu comprometimento com um cargo que exija mais de mim do que eu posso dar, porque eles continuam sendo a  minha prioridade, né?

No dia que decidi aplicar para a primeira vaga, não tinha nada preparado.
Mandei meu CV de qualquer maneira e uma cover letter nada profissional.
Óbvio que eles não me consideraram mesmo a vaga tendo tudo a ver comigo, muito provavelmente, eu teria sido pelo menos, chamada para uma entrevista, se eu tivesse investido um tempo naquela aplicação e no final das contas essa rejeição foi uma lição.

Lição número 1:
Aprendi que é melhor eu gastar meu tempo aplicando para uma vaga que tenha a ver comigo e com meus skills do que pra 10, que se encaixam mais ou menos.
Também passei a prestar atenção não só se eu seria boa para empresa, mas se aquela posição, seria boa pra mim.
Passei a filtrar área e início do expediente, a Chloe por exemplo, entra as 8:30 na escola*, não poderia me comprometer a começar as 9 no centro da cidade.

Lição aprendida e aplicada, mandei Currículo e fui chamada para a primeira entrevista.

Um dia antes, Eamon perguntou se eu queria me preparar, eu disse que não, porque, né?
Eles só iam me perguntar coisas sobre as quais eu sabia e não menti no Cv, não coloquei conhecimento que não tinha, enfim, na minha cabeça (que você conhece, né?), eu estava sussa, a única coisa que estava me preocupando era não chegar atrasada, depois de sair do cabeleireiro.
Cheguei uns minutinhos antes.
Sentei lá e dali 5 minutos veio uma senhora me buscar na recepção e me conduzir a uma sala com 3 pessoas, ou seja, um auditório, quase um X-Factor!
Quase enfartei.
Não sabia pra quem olhar, fiquei nervosa e foi um desastre, saí de lá me sentindo uma burra e me perguntava porque eu não tinha me preparado mais.

Lição número 2 :
Se prepare para a entrevista.

Depois de ter aprendido a Lição número 1 e a Lição número 2, as coisas foram de fato, fluindo.

Não saí distribuindo meu currículo a torto e a direito, mas todas as noites, depois que as kids estavam dormindo, eu sentava e aplicava para pelo menos 1 vaga.

E as oportunidades começaram a aparecer.

Descobri por exemplo, que agora é bem comum, o chamado screening interview, que é uma entrevista por telefone, isso economiza tempo e dinheiro, tanto para empresa, quanto pra gente (nem preciso fazer a unha!), se o entrevistador achar que você se encaixa na vaga, eles marcam uma entrevista pessoalmente e quando isso acontece já é meio caminho andando, sinal de que você tem chances.

E eu fiz esse processo com 3 empresas.
Passei em todas as entrevistas por telefone.
Passei em todas as segundas entrevistas.
Enquanto estava ao mesmo tempo em três processos de seleção para três empresas diferentes,
parei de mandar currículo, a não ser para uma empresa ou outra que eu visse alguma vantagem em entrar no processo de seleção.

Das 3 vagas, 1 eu sabia que era “muito areia para o meu caminhão“ ou, na realidade, mais responsabilidade do que eu poderia me comprometer, apesar do salário ser quase o dobro das outras, nesse momento, com kids pequenas, não poderia ser Personal Assistant de Vice Presidente de uma das maiores universidades da Irlanda, não é mesmo?.

E segui meu plano inicial.

Me concentrei mais na empresa do que no cargo em si, porque uma vez que você entra, fica mais fácil aplicar para outras vagas que não seja entry level e trabalhando em outro País, entrando em um cargo mais junior a gente ainda tem a chance de se apronfundar no método (e ritmo) de trabalho deles, que é bem diferente, eu não tenho problema nenhum em desempenhar um papel que seja inferior as minhas qualificações, por um período de tempo, é claro.

Para conseguir a vaga na empresa onde estou, passei por 5 entrevistas, a última com o CEO, que faz questão de conhecer todos os funcionários. Entre o meu primeiro dia de procura e eu ter conseguido o job se passou around 45 dias.

Então que hoje, para os recrutadores e coaches existe um novo termo, para casos como o meu, ou, como o seu, é o tal do Transfeable Skills, que nada mais é que usar a sua experiência adquirida em outras funções mesmo que fora do seu mercado profissional, e como mãe, desenvolvemos muitas delas, por exemplo:

Liderança
Gerenciamento de conflito
Habilidade de trabalhar sobre pressão
Short deadlines
Negociação
Trabalho em Equipe
Empatia
Event management
Primeiros socorros
Adaptabilidade
Multitasking
Time management
Life Coach
Prioritização
Pro-ativismo

Ter participado de alguns congressos específicos para mães que querem voltar para o mercado, foi bem inspirador também, é bom saber que a gente não está sozinha.

Enfim, com esse post eu acabo a série sobre a minha volta ao trabalho, pelos emails que tenho recebido e pela incrível força que você tem me dado, mesmo que com um simples recadinho na página do Facebook, por email, instagram e orações, gostaria de deixar registrado aqui o meu muito obrigada!

O Ká.Entre.Nós, por incrível que pareça ajudou na minha auto-confiança e você faz parte disso.

Para as mamães que assim como eu, amam ser mães em tempo integral, meu super orgulho, para as mães que voltaram a trabalhar logo, ou depois de um tempo, a minha também honesta admiração.

E pra quem perguntou, é claro que o blog continua, agora com mais estórias pra contar, porque se tem uma coisa nessa vida que eu gosto tanto quanto ser mãe, é de contar. 🙂

6 Comments

  1. Que legal Ka, nao sabia, parabens! Voce ta trabalhando 100%? bjos e boa sorte ai!

  2. Eeee que bom que rolou!
    Eu troquei de emprego em fevereiro e super entendo essa sensacao de 'comecar tudo de novo' e cair num lugar q vc nao manja como resolver tudo, é assustador mas ao mesmo tempo muito mas muito incrivel conforme vc vai resolvendo os challenges along the way. Toda a sorte nesse novo rolê! 😉

    :*

    Carol Hevia

  3. Parabéns pela conquista Ka! Agora é double shift – mãe e profissional! Super boa sorte pra vc!
    Beijos
    Adri

  4. Adorei as suas dicas! Esse ano estou parada e em 2016 vou me mudar de estado, então sempre é bom pensar em como vou fazer as próximas entrevistas e a importância de me preparar bem.
    Muita sorte pra você nesta nova fase e obrigada por sempre estar ensinando algo pra gente. 🙂

  5. Parabéns Ká!!! Você brilha em tudo que você faz, e com certeza vai bater um bolaço nessa área tb!
    Beijos!
    Querido Deus obg por me exportar

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