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Tempos Maedernos

Durante muito tempo me senti culpada por continuar tendo uma vida independente da vida dos meus filhos.(Mentira, nunca me senti culpada por isso, mas sei lá, a galera acha bonito esse lance de culpa, né? então fiz essa homenagem.)

Eu sou mãe, claro, mas ser mãe não me define.
Quando saio com minhas amigas que não são mães, para jantar,  ou com meu marido sem as kids, não tá escrito na minha testa que eu sou housewife, mãe de quatro e que eu passo a maior parte das noites acordada (as vezes com uma em cada braço). Se olharem bem de perto, pra barriga e para as olheiras talvez adivinhem, mas no geral, não dá pra saber. O mesmo se aplica quando vou a academia as 9 da noite, me matriculo em algum curso ou viajo sozinha.

E eu acho isso ótimo, afinal relacionar maternidade com abdicação TOTAL do meu “eu” me faria muito infeliz.

Isso me faz ser uma mãe ruim?
Talvez para algumas pessoas sim.
Aliás, com certeza para algumas pessoas sim.
E eu não fico chateada com julgamentos.
Sou aquariana, e tô acostumada.
Chateada mesmo eu fico é com o fardo que a maternidade tem se tornado por aí.
Não pode chupeta.
Não pode mamadeira.
Não pode dormir separado da mãe.
Não pode isso, não pode aquilo.
Daqui uns tempos não vai poder nem fralda descartável e nem escola.
Gente, pra quê isso?
E principalmente PORQUE isso?

Pra mim, (ouviu, né? pra MIM) tanta informação -controvérsia- sobre tudo que ronda a maternidade é tão  redundante quanto ferver água que saiu do filtro.

E que fique claro, apesar de ter certeza de que nenhuma escritora de livro tipo receita de bolo para bebês ficaria rica comigo, porque nunca li NENHUM, acho válido informar, o que eu não aceito mais é neguinho querer enfiar a sua verdade guela abaixo de outro.

Onde fica o bom e velho instinto materno nessas questões todas?

Até onde eu sei, eu e você, somos sobreviventes de uma geração muito mais focada em valores internos do que em opiniões externas. E eu posso falar por mim, não tenho traumas por não ter dormido na cama dos meus pais ou por ter chupado chupeta.

Fico vendo (só vendo) essas discussões (e principalmente julgamento) sobre quem teve o filho de cesárea, sobre quem não compartilha cama, sobre quem deixa o filho ver tv, sobre trabalhar fora de casa, sobre ser housewife, sobre ter babá e isso me cansa tanto, mas tanto, que eu me pergunto se quem critica as escolhas de terceiros tem TEMPO de viver a SUA maternidade, ou se passa dia e noite sentada em frente ao computador “pesquisando dados”, pregando que amamentar o filho até os 6 anos é bacana enquanto a kid tá dançando ragatanga na pia da cozinha correndo o risco de cair e quebrar a cabeça.

Mas, né? Quem tem tempo de se importar com seus próprios filhos quando se tem uma infinidade de filho dos outros para se tomar conta?

Menos, companheiras, bem menos.

17 Comments

  1. Tirou as palavras da minha boca Karine, eu me lembro que fiquei deprimida depois do nascimento do meu primeiro baby de tanto que certas pessoas me criticavam (e me encham o saco) pelo fato que eu nao ter conseguido amamentar .

  2. Nossa, eu acho tanta coisa sobre esse assunto que ta dificil ate escrever o comentario. A verdade eh que tomei um susto qdo minha filha nasceu e "descobri" esse mundo das maes modernas. Tem tanta teoria, filosofia, linha de pensamento nova que eu nao tava entendendo mais nada.Tem nana nene, maternar, empoderar e sei la mais o que. as maedernas sao engajadas demais, virou uma militancia chata, um tal de cuidar do quintal dos outros. Fora esse exercicio do poder do nao. nao pode acucar, nao pode Disney, nao pode mamadeira e olha pra algumas ja nao pode fralda descartavel nem escola ha muito tempo. Tenho um amigo que ja diz que a filha alem de nao poder comer acucar, nao vai poder dormir com o namorado em casa. a menina tem 1 ano e meio e ja esta condenada a uma vida sem chocolate nem sexo. cruzes! o grande paradoxo eh que nao pode muita coisa, mas as criancas estao cada vez mais sem limites. Ah! conheco uma que nao admite apelido a gentitalia: querida, lave a vagina! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Ser mae eh a melhor coisa do mundo e a melhor parte do meu dia, mas sei que ser mulher por inteiro eh o melhor exemplo que posso dar a minha filha. Beijos
    Ps: eu nao concordo com quem atira pedra em quem teve cesarea, mas acho bonito nascer um movimento no Brasil que desmistifique o parto normal. Vejo que muitas mulheres falam sobre o parto natural como algo abominavel e morrem de medo de algo que nao eh um bicho de sete cabecas. me incomoda um pouco certos depoimentos de pessoas que usam pomade anestesica ate na mao para nao sentir o soro ou que marca o parto na conveniencia do medico. Porem, nao vou la jogar pedra em quem ainda esta no meio do baby blues e vivendo um momento tao especial. Acho que falta mais compaixao entre as mulheres.

  3. Ammmmmeiiiii o post, vc me representa!!!!! Somos menas main como elas dizem ne. É muito bafafá…. Acho q no fundo querem ibope viu. Bjs

  4. Ammmmmeiiiii o post, vc me representa!!!!! Somos menas main como elas dizem ne. É muito bafafá…. Acho q no fundo querem ibope viu. Bjs

  5. Kkkkk,menima,conhece a historia , o macaco enrola o rabo e senya em cima? Desse jeito. Kkkkkk. Eu crio os meus do meu jeito,ponto. E que cada um fique com seu…

  6. A diferença é que muita mae-blogueira não sabe a diferença entre "informar" e "apoiar" (acho super valido grupos de apoio a quem quer amamentar, quer é pró-attachment parenting, parto normal, bla bla) e cair matando quem é "do outro time". Pra mim é meio politico que ao inves fazer a campanha falando das coisas que ELE vai fazer, só sabe falar mal do oponente. Quem se dá mal são as mães perdidas que só querem um ombro amigo… :-/

  7. Concordo plenamente…tem muita baboseira por aí!!!!

  8. AMEI ! Seu texto me define….vim parar aqui nem sei como, mas já vou marcar como favorito. Bjs !

  9. Eu nem sou mãe, mas esse fds tive uma conversa com uma amiga a esse respeito e achei curioso dar de cara com esse post aqui. Eu tava falando justamente isso… que hoje muita gente trata a educação de filho como um bicho de sete cabeças, cheio de mitos, verdades absolutas, e tudo muito ligado a traumas, etc. Eu fiz justamente o comentário: como deve ser difícil educar e enfrentar julgamentos full time. Porque é isso.. eu imagino o tanto que hoje a minha mãe não seria crucificada: me deu chinelada, comi açucar, não gostava de salada, dormia tarde, podia ver tv, e chinelo no pé era luxo, vivia descalça, nunca dormi na cama dela. Hoje não sou revoltada, nem alienada… sou muito bem educada, carreira no lugar, etc etc… A humanidade ta tomando um rumo weird, haha.

  10. Ufa! Alguém que pensa como eu!
    O instinto materno esta sendo trocado por rodas de discussoes em grupos maternos.
    Já vi gente colocando foto de coco e perguntando se a cor estava normal….
    Hoje em dia não existe mais nada natural, nao existe o respeito as vontades, as personalidades das crianças, tudo é imposto, exigido, forçado.
    Toda essa carga acaba trazendo um fardo enorme as mães, uma culpa desnecessária, neuroses desnecessárias e um cansaço além do limite.
    sou do tipo hippie, e olha nunca tuve problemas com alimentação, sono, comportamento, nada disso….

  11. Aeeeeeeeeeeeeeeeê! Multiplica senhor gente com esse pensamento blogosfera materna afora! Bitocas

  12. Ahhh que bom ler este post! sossegou meu coração pois eu achava que era só eu! feliz de ver que mais gente é mais sussa!

  13. Um bando de mulherada à toa Ká! Mulherada à toa!

  14. AMEI seu post! Me representa total!!!!
    Concordo com a Gabi Grossi, multiplica gente como a Ka! Rsrsrsrs…

  15. AMEI o post! Ka, vc me representa! E como disse a outra mamae ali, multiplica maes como a Ka! Rsrsrsrsrs…

  16. AMEI seu post! Me representa total!!!!
    Concordo com a Gabi Grossi, multiplica gente como a Ka! Rsrsrsrs…

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