Crônica, Cultura, Family, Karine Keogh, Relacionamento, Relacionamento com Estrangeiro

Sobre o amor Romântico.

Eu não acredito no amor romântico.

Se um dia acreditei não sei, mas sei que não mais acredito.

Eu acredito em romance, em compatibilidade, em boas escolhas, em comprometimento, em atração física, sexual, intelectual.

Se a gente for honesto com a gente mesmo e ignorar a barreira da religião e a necessidade de aprovacao social, acredito inclusive que mesmo quando nos classificamos como seres heterossexuais podemos encontrar compatibilidade em alguém do mesmo sexo que o nosso.

O Amor Romântico foi criado para justificar e perpetuar a idéia patriarcal de que um ser pertence ao outro, e como sabemos, antigamente, não tão atingamente assim, o sexo mais frágil era visto como propriedade do sexo mais “forte”.

Não quero dizer com isso que o amor não existe, óbvio que ele existe, mas não como a gente aprende nos contos de fadas, não como idealizamos o que seja um relacionamento bem sucedido entre pares.

O amor requer trabalho diário, dedicação e atenção.

Isso não quer dizer que devemos “lutar” por ele, implorar para que o outro nos ame, ou insistir quando o amor não mais no serve, mas amar é SIM mais uma decisão, do que uma flor roxa que nasce no coração do trouxa.

A gente decide amar.

Quando a gente se permite ser vulnerável com o outro, confiar no outro, conhecer o outro, tudo isso é decisão. – E por isso a gente pode e deve amar muitas vezes em uma so vida.

E se a gente decide amar, a gente também pode decidir des-amar.

E desamando o que não mais te cabe você dá espaço para amar, mais e melhor , quando encontrar alguém tão disposto quanto você que  decidiu que enfim está na hora de amar.

Mas amar certo.

Amar enxergando as qualidades e o valor do outro, amar ciente dos defeitos e disposto a trabalhar para ameniza-los, amar pensando a frente e discutindo sobre as possibilidades caso o resultado desse amor seja uma família, por exemplo.

Amar não pode ser um fardo. Não pode ser abdicação,  esse tipo de amor só trás ressentimento.

Amar é um ato político, revolucionário e ele só evoluiu quando a gente encontra aliados com o mesmo desejo de dar certo.

Amar não é um ato individual, amar é parceria.

A parte ao Amor próprio.

Porque esse sim é intransferível, inegociável,  não tem preço e deve estar a frente de qualquer outro amor.

Porque não dá pra dar, o que não se tem.

Só se sabe amar bem, quem se ama acima de tudo e de todos.

E se fizer uso de terapia então, já é meio caminho amado.

Karine Keogh

Fergal O'carroll

To love someone long term

 

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