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Precisamos Falar Sobre #littlethings

Pessoas são diferentes.
A gente escuta isso desde que a gente nasceu, mas passa a vida julgando quem não é igual, mesmo ouvindo e concordando que “o que seria do amarelo, se todos gostassem do preto?“.

Não adianta dizer que não.

Umas pessoas vão te amar pelo que você é, pelo o que você compartilha, pelo o que você representa, e outras pessoas vão te odiar, exatamente pelos mesmos motivos.
Isso tudo pra dizer que, a gente, normalmente tem, muito pouco conhecimento do que é diferente da gente, em gosto, escolha e personalidade.

Por exemplo.

Eu nunca convivi com alguém que tivesse depressão.
O que eu escutava quando criança era que, depressão e estresse era doença de gente rica, afinal, quem tinha que acordar cedo para trabalhar, não poderia ligar para o chefe e dizer que não estava conseguindo sair da cama e quem não tinha chefe, era rico ou desempregado.
E até que rica eu queria ser, mas não queria ser desempregada.

E eu cresci.

E aprendi que o mundo é maior do que o meu círculo familiar e que não saber sobre uma certa coisa não significa que essa certa coisa não exista.

Eu sou hiperativa, acho que o meu hiperativismo diagnosticado faz com que inclusive eu nem tenha tempo de pensar sobre os meus próprios sentimentos, quem dirá me aprofundar no dos outros, as coisas emocionalmente sempre vieram fáceis pra mim, se eu tivesse que me definir em uma palavra essa palavra seria “prática“, sou prática, com tudo, profissionalmente, na maternidade e nas questões afetivas. Tá me fazendo mal, elimino, não quer mais? no hard feelings, temos um problema? vamos sentar e resolver e isso acaba me poupando de muuuuuita dor de cabeça e economizando tempo, que ultimamente não tenho tido muito.

Mas aí, tem os filhos.

E eles não são como a gente.

Pode até ser que sim, tipo o Breno, eu me identifico bastante com ele, pode ser porque fazemos aniversário juntos? (ele é do dia 24/01 e eu 26/01 – aquarianos) e ele é bem parecido comigo, principalmente no desapego, já a Chloe, Peixes, é o completo oposto, de um jeito que se, a Chloe fosse o Breno, eu jamais poderia deixa-la no Brasil e vir estudar na Irlanda, como fiz com ele, porque ela jamais me perdoaria.
E o mundo é difícil pra Chloe.
Chloe é sensível.
Chora se a Irmã tem alergia.
Perde noites de sono -MESMO- preocupada com o dia em que o dente dela cair, se vai sangrar, se vai doer e se realmente vai nascer outro no lugar. (e nem mole o coitado do dente ainda está!)

 “E se não nascer, mamãe? o que eu vou fazer da minha vidaaaaa?!“

Chloe é sensível.
Houve um tempo que eu até cogitei mediunidade ( e continuo sem descartar)
Outro dia chorou copiosamente com a possibilidade de não conseguir nota boa suficiente para entrar na faculdade de Artes, que fica em frente a escola dela.
A prova é daqui a 12 anos.
Chloe sofre de ansiedade.
Tudo isso pra falar que, tenho aprendido (e claro, sofrido) muito, com esse convívio diário com alguém tão diferente e que precisa de mim para guia-la, para observa-la e ajuda-la a lidar com esses sentimentos que para mim não teriam nenhuma importância e pra ela, tem um peso enorme.

E por causa da Chloe, tenho descoberto um mundo novo, misterioso até.

E por causa também de uma amiga querida e próxima, que convive corajosamente com a depressão e os efeitos colaterais, também tenho lido bastante sobre o assunto.

Moro em um País com pouco sol e isso em si já torna uma pessoa vulnerável a ser grande candidata a depressão, porque dias cinzas, forever, é deprimente, para as mais saudáveis das criaturas, então, mesmo sendo mental health, um issue que parecia distante do meu mundo, hoje posso dizer que já não é mais, se não por mim, me informo pelas pessoas que me importo.

Porque eu me importo.

E você deveria também.

Que tal começar perguntando para aquela amiga, como ela está passando?
Que tal levar um bolo para aquele vizinho idoso que vive sozinho?
Que tal se oferecer para cuidar dos filhos daquela amiga que é mãe solteira e não tem 10 minutinhos de tempo pra ela?
As possibilidades de você transformar o dia de alguém são infinitas!

Se você se importa, Bora começar a fazer nosso #littlethings ?

16 Comments

  1. adorei o texto e estou aqui na torcida por vc, pela chloe, pela nivea e por todas nós.

  2. Muito bom. Pequenos gestos fazem a diferença.

  3. Que bom que você percebeu essa sensibilidade dela. Não é um indicativo direto de que ela vá desenvolver depressão (e espero mesmo que isso não aconteça), mas você perceber que esse lado dela não é frescura, vai ajudar muito vocês duas a lidar com as mudanças de idade, os problemas com amigos e na escola, etc.
    Eu sou que nem ela. rs Sofro até pelo que está distante de mim e não posso consertar. Pra mim é difícil ser feliz, num mundo onde tem tanta gente sofrendo, por exemplo. Preciso trabalhar o egoísmo (saudável) diariamente. Me cobro muito também.
    Quando eu tinha 18 anos eu passei 3 meses trancada em casa, sem nem mesmo ver a luz do sol. Eu não ia no portão de casa, não ia na varanda. O motivo? Porque eu não tinha passado no vestibular, daí minha vida tinha acabado pra mim, porque eu não ia sair daquela cidade pequena e nunca ia fazer carreira e ser bem sucedida.
    É claro que não foi só isso. Eu acumulei todos os problemas da minha infância, algumas coisas bem graves, e isso estourou com a perda do vestibular. Minha mãe achava que era frescura. Éramos pobres, então, como você disse, pobre não tem depressão.
    Enfim, porque já falei demais: que bom que você entende que ela é sensível e diferente de você! Que bom que você vai ficar mais atenta às mudanças de comportamento dela e vai estender a mão se ela precisar. O apoio para as pessoas sensíveis é essencial. Com o seu apoio, ela vai se sair bem. 🙂

  4. Oi Ká, estou me mudando pra Irlanda em dezembro e tenho muitas dúvidas em como criar uma criança aí? Primeiro sobre lugar bacana pra morar com filhos e dobre escolas primárias? Por favor, help me?

  5. Ká, sou de peixes também e me identifiquei muito com a Chloe. Eu chorava, no auge dos meus 7 anos, quando eu escutava alguém dizer que todos nós morreremos algum dia. E ela tem muita sorte que você já tenha entendido isso e procura ajudá-la. As vezes é um fardo bem pesado pra quem inconscientemente carrega todo o peso do mundo! Me emocionei com esse post, foi importante pra eu lembrar que eu preciso dedicar mais tempo às pessoas, que é o que eu tanto gosto de fazer, mas a vida corrida nunca deixa! 🙂

  6. Acho que quando Deus envia os filhos para nós, inclui em cada um aquilo que nós mesmas precisaremos como mães para nos tornarmos pessoas melhores.
    Mas já foi assim com nossas mães em relação a nós, um mundo novo a cada filho.
    Quanto às little things… você está coberta de razão.
    Muitas vezes estamos tão atarefados no nosso mundinho particular (e tarefas não faltam! Haja casa, filho, marido, emprego, vida pessoal, etc para cuidar) que esquecemos de olhar ao redor, e às vezes podemos sair do nosso caminho só um pouquinho para dar uma mãozinha a alguém que por pequeno que pareça vai fazer uma diferença enorme, simplesmente pelo outro sentir que alguém se importa.
    Ótima reflexão, vamos mesmo falar (e fazer) little things.
    Um abraço!

  7. Sou de peixes, Ká… Sou #teamChloe total. E minha mãe é Sargitário, sofri pacas até conseguir entender que para ela aquele sofrimento todo não fazia o menor sentido mesmo… então… se você consegue reconhecer as necessidades emocionais dela já garanto que ela se sentirá bem melhor! <3 Força na peruca, gata! Beijão!

  8. Eu ri muito com a Chloe chorando com a prova daqui 12 anos. Entendo perfeitamente! To aqui nas oracoes e pensamento positivo pra Nívea! Beijooo!

  9. meu filho também sofre por ansiedade e eu muitas vezes nao sei como agir…

  10. Também sofro do signo de peixes rsrs porque só vivemos de intensas emoções dentre outras coisinhas chatas. Inclusive estou fazendo tratamento de depressão sem saber o motivo real do porque de tudo isso. Na verdade, a gente só quer abraçar o mundo e com isso sofrer com todos os problemas que isso traz. Piscianos. rsrs Bjo pra Chloe e todas elas.

  11. Tbm sofro, tento ser prática a todo custo, mas chego em casa e parece que tenho depressão tbm, não quero saber da vida, não uqero saber de nada e sofro pq não fiz o que tinha que fazer, mas estou montando um mega projeto de estudos e vou segui-lo, não quero mais ficar na sofrência diária… rs Compreendo a Chloe pq sou igual, e só o fato da própria mãe dela tentar entende-la, ela pode se considerar sortuda, pq pra maioria dos mortais, sofremos de frescura… rs… Sou câncer… Rs…

  12. Vou ter dizer, sou a Chloe, eu fui, talvez ainda seja um pouco, quem sabe? Mamãe diz (na verdade dizia mais) que sou sensível demais. Não consigo brigar sem chorar (a não ser com pessoas que não irão fazer diferença na minha vida), me emociono quando vou pedalar depois de muito tempo sem sair de casa por conta do dia a dia e me deparo com um dia lindo… Quando me entrego pra alguém, sou inteira, e mesmo que a pessoa não mereça, torço por ela e acredito que ela possa mudar, e com isso fico ali, sofrendo, por coisas que eu não deveria sofrer. Nem todos têm o mesmo bom coração, e é difícil pra gente acreditar nisso.
    Eu agradeço e sorrio mesmo que eu pegue chuva na rua (indo pra casa, é claro, e não pra algum compromisso) depois de muito calor, vou devagar, penso na vida, agradeço…
    Sinto coisas também, antes que aconteçam… acredite se quiser, mas eu sinto.
    Quando criança, eu rezava por todo mundo e, todo mundo, era o mundo inteiro mesmo, literalmente, principalmente pelas crianças na África, que eu nunca tinha visto. E eu rezava toda noite!
    Com o tempo e as porradas da vida, infelizmente, ou não, a gente acaba perdendo um pouco dessa sensibilidade pra vida, sabe? Então fico feliz que você compreenda a sua filha (sou de peixes assim como ela), e apoie ela e o sentimentalismo dela mesmo. Não ao drama, porque sim, temos tendência pro drama, na adolescência então, eu me socaria se pudesse naquela época! Se pro adolescente em geral tudo já é o fim do mundo, pro de peixes então, Deus do céu, mas, cada um é cada um… apoie as emoções que ela sente, porque não é todo mundo que entende. Apoie porque sabemos que a vida é maravilhosa, mas tem vezes que ela bate na gente de um jeito que quebra, e não sabemos se pode ser consertado. A sensibilidade é bonita, acredite! Ela ajuda a ver beleza nas coisas mais simples e pra mim, isso é uma bênção pra pouquíssimos no mundo de hoje.

  13. Olá Karine. Me emocionei com seu texto… Não sou de peixes como Chloe, sou de touro, e cresci perdida em uma família de mãe áries (inferno astral), uma canseira, pai aquário (controlador q só), e um irmão ogro.. Bem, os problemas de minha família sempre foram muito além disso… E acredito que sempre fui depressiva desde que vim ao mundo, algumas fases menos, outras mais… No geral, no que dependia de mim, as fazes sempre foram mais brandas… quando eu colocava algum objetivo trabalhoso e demorado em mente, que me manteria ocupada por muito tempo, e enxergando menos a vida e os detalhes dela de um modo geral, e talvez seja um pouco isso, que Chloe esteja fazendo tb…Se cercando de seus objetivos a longo prazo. Se tem uma coisa que acho que contribuiu e muito, para não ter sofrido ainda mais, e que é a parte boa da minha infância… Foram meus bichinhos… em especial uma cachorrinha que ficou por uns 11 anos em minha vida, ela era muito doce e estava sempre comigo. Outros bichinhos como coelhos, porquinhos da india, peixes, etc… tb ajudaram a encarar melhor a vida… mas caes/gatos talvez sejam mais interativos, enfim… Chloe tem uma família incrível que provavelmente a supra muitas vezes…o que é ótimo…De repente em algum momento talvez seja bom um bichinho em casa também, caso ainda possua…. e consiga disposição para um serzinho extra… =p…. Beijos a você e à sua família linda. Amo seu blog.

  14. Hoje, refletindo sobre a minha vida, acho que sempre fui um ser deprimido. E ainda bem que no mundo, a gente vê que não está só no problema e nem no enfrentamento, agradeço sempre a N. pelos depoimentos, e agora agradeço a você por se importar, pois os seus textos me tocam. Dê um bjo na Chloe por mim, ela nem deve entender o que a sensibilidade e a ansiedade são, mas os carinhos sempre ajudam. Beijos.

  15. Oi Ká, passando aqui no blog. Esse negócio de insta, tira a gente dos blogs rrrsss. Mas tinha vista que voltou a trabalhar. Mulher tu é guerreira.
    Então sobre a Chloe, eu não sabia que ela sofre de ansiedade. Eu já sofri muito por isso, porém eu não chorava, eu vomitava. Qualquer situação nova, e nada parava no meu estômago. Pra você ter uma idéia, eu sou de SP e me mudei com minha família pra SC em 2003. Só conhecíamos uma amiga de infância da minha mãe na cidade onde fomos morar. Ou seja tudo absolutamente novo. Emagri cerca de 7 kg em menos de 1 mês, nada parava no meu estômago (eu já tinha 19 anos). Era horrível. Graças a Deus me curei. Hoje lendo sobre o assunto vejo que pessoas que sofrem de ansiedade, precisam de rotinas (se estressam quando saem da rotina), é bom fazer exercícios mais lentos, mais suaves que observe bem o corpo tipo yoga, isso pra tentar desligar um pouco a mente sabe. Tem dificuldade em terminar algo…
    Mas como você disse, mesmo irmãos criados na mesma casa, são completamente diferentes um do outro.
    Beijos, e um ótimo fim de ano pra vocês. Que a presença e a proteção do Senhor seja abundante em sua família.

  16. Caramba, não sei porque perdi esse post! Na correria do dia-a-dia não dei atenção a um fato tão importante da nossa Chloe. Fico muito feliz que vc identificou rápido e já está se preparando para lidar com o mundinho dela.
    Ela é delicada até no sentimento, que menina especial Deus te enviou.
    Saudade. Beijão.

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