50% da população mundial defende a tese de que a gente só ama, verdadeiramente, uma vez na vida. Os outros relacionamentos são paixões meteóricas, atrações momentâneas, afeto, amizade com sexo, sentimentos mornos, mas amor, mesmo, só se sente uma vez.
Os outros 50% discordam. Acreditam que a gente pode amar uma vez na adolescência, outra vez na idade adulta, mais uma vez na idade adulta, e talvez ainda reste um amor para a terceira idade, sem falar nas tais paixões meteóricas e atrações momentâneas. O coração é vasto. Pode se amar dezenas de vezes.
Divididas as duas correntes de pensamento, não há espaço possível para se discutir uma terceira questão: pode se amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo? Polêmica à vista.
Nem pensar, responderão em coro. O amor é pleno, não se reparte. Já é tão desconfortável saber que o amor não é eterno: aceitar que ele possa ser dividido por dois, ou duas, já é provocação.
É uma idéia difícil, reconheço, mas não acho improvável. O amor é pleno, único, indivisível? É. O amor que sentimos por uma pessoa é tudo isso e ainda mais: é intenso, cheio de nuanças, particularidades, e só funciona quando em total sintonia com o objeto amado. É um amor único o amor de João por Maria, por exemplo. João nunca mais amará outra pessoa como ama Maria. É um amor terno, calmo, sem fissuras, sem rompantes, um amor que nunca mais se repetirá enquanto eles formarem um casal. Mas João é uma pessoa, Maria é outra. Maria não sabe, mas João namorou, anos atrás, Sofia. Foi também um amor único o de João por Sofia, cheio de palpitações, palavrões, ofegâncias. João e Sofia se amaram com violência, brigas e reconciliações. João ainda ama Sofia, pois ela satisfaz alguns instintos seus que o excitam. E João também ama Maria, pois ela realizou a busca dele por paz e ternura. O mesmo João forma dois casais diferentes, sente dois amores diferentes, ambos plenos e únicos, porém acontecendo ao mesmo tempo.
Calma, é só uma parábola. João, Maria e Sofia acabaram de ter suas vidas inventadas por mim e protagonizaram esse desacerto para que a platéia reflita um pouco: nem sempre 50% + 50% englobam o mundo inteiro. Há mais verdades sobre a Terra do que a nossa moral permite.
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Marta Medeiros
“A diferença entre os bons e os maus é que os bons apenas sonham com os
crimes que os maus executam.”
Um pouco triste…eu acho…
mas passa…isso eu não “acho” tenho certeza!
tpm…a f e
guento nãoooooooooooo !
Bom, polêmico e intenso esse texto. Gostei muito!Aliás é a sua cara.
Aprendi e ainda estou aprendendo que nada nessa vida é impossível.
Eu, por exemplo, que vivia numa redoma de vidro certa de que nunca iria amar ninguém “caí do cavalo”, me ferrei de verde, amarelo, azul, branco, rosa, laranja…
O impossível existe, sim, para os que se deixam paralisar pelo medo de lutar por algo ou por alguém, para os que desistem ao primeiro sinal de dificuldade.
Eu não desisto fácil, não. Se eu acredito eu não corro nem atrás, corro na frente!
Uma citação que vale a pena registrar aqui:
“Coragem não é ausência de medo, mas a percepção de que algo é mais importante que o medo.
Os corajosos podem não viver para sempre, mas os cautelosos não vivem nada.
De agora em diante, estarás percorrendo a estrada entre quem você pensa que é e o que você pode ser.
A chave é permitir-se fazer a jornada”.
(James Cameron)
Quanto à sua tristeza, não se preocupe! Ela vai passar num piscar de olhos. A tristeza é sempre passageira. Ela faz parte da vida. Mas não a alimente. Agora o que você tem que fazer é curtir muito o seu filhote, as pessoas que você ama e seguir em frente.
O que você tem que ter em mente: a distância física que irá separar você das pessoas que ama e que irá separar de você as pessoas que te amam, nada significam. E sabe por que? Muito simples: o que o coração une, nada nem ninguém consegue separar!
E mais: todos estaremos aqui esperando por você!